Sempre haverá ícones

Data 26/10/2014 09:52:07 | Tópico: Crónicas



“ Pode haver paz em todos os lugares, até mesmo pelas frestas das janelas que não deixam passar mais que rouxinóis.”

Filampos Kanoziro





Pois bem. Dito isso, vejam bem vocês. Há de concordar cada um, que sempre haverá ícones, mesmo agora que o atacante ganhou de presente um frasco de água perfumada. Fará par com o pó de arroz. À medida que se esconderam sob o solo fresco do jardim, não precisaram pensar mais em quantos cravos seriam necessários para ferrar um tordilho. Então, que se dane a elevação dos juros acima das emoções que se pode ter ao assistir uma partida de futebol. O cinza é e será sempre cinza, embora vocês possam ver mais de cinquenta tons. Se bem que também há vários tons a serem observados nas paredes e na fumaça. Principalmente na produzida por um corpo que cai enquanto o vagabundo tocava em surdina.
E que se dane em dobro. Não é um gemido ou um olhar que vai mudar a ordem natural das coisas, nem vai tocar a alma angelical das jovens carentes e sonhadoras com emanações de fogo nos jardins da alma. Isso por que afirmo que toda alma tem encantos, recantos e jardins suspensos na leveza insustentável do querer. Jardins jamais serão como as nuvens. Querer nem sempre será separar. Uma nuvem não é feita de algodão como supúnhamos em criança. De modo que, ainda que seja possível seccionar o abdome com uma gazua, sempre há de se considerar é possível sentar-se sobre a carga transportada quando a carreta ainda não estiver na descida.
Estamos separados agora por uma costura em zigue zague já que o ponto cruz ficou ridículo. Daí a entender esses novos filmes, a distância é enorme. Não há mais histórias envolventes como antes, quando o alinhamento das construções não obedecia ordenamento dos gerentes de bancos. Certo que sempre poderemos tomar um café expresso em qualquer padaria, mas já não cabem em mim as alternativas e bravatas mais condizentes com um circo que com audição de orquestra sinfônica.
Concordo que um ícone tens qualidades consideráveis para transmitir ao atacante. Pode pegá-lo pelos braços, dar voltas no banco do jardim até ficarem suados. Ser atacante não é tarefa fácil assim como encher barris com tigela. Sempre haverá na janela uma luz piscando de oito em oito horas voltada para o quintal. Corre o risco de perder o respeito dos compatriotas e as contas de patrocínio da fábrica de bebidas mais interessada em exportar garrafas para o mercosul. É sempre assim. Aquele que morde os lábios, semeia ventos com alegria de autor de peças infantis.



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