
Domingo à tarde
Data 26/10/2014 11:46:30 | Tópico: Poemas -> Amor
| DOMIMGO À TARDE
O que é que você vai fazer domingo à trde? Pois eu quero convidar você para sair comigo Passear por aí numa rua qualquer da cidade.
Vou dizer para você tanta coisa que a ninguém eu digo Pois domingo é um dia tão triste para quem vive sozinho! Quando eu vejo um casal namorando É que sinto a verdade É tão triste passar um domingo sem ter um carinho! Se você também vive tão só, sei que vai-me entender Sem amor, é muito mais difícil a gente viver Pela última vez responda, mas diga a verdade Pois eu quero sair com você domingo à tarde» Nelson Ned
DOMINGO,1 DE MAIO DE 2010
Hoje é um dia bem farto em celebrações: Há um Papa que sobe aos altares Porque viveu uma vida de santo Que sofreu e pregou o amor entre os homens. Os fieis acantonam-se olhando para o céu, Cantando e rezando como ele pregou, Lembrando a mensagem dAquele que na cruz morreu.
E eu? Levantei-me bem cedo para arrumar umas coisas Que estavam estendidas e algumas no chão Dispersas, como anda o meu coração.
Mas instante sublime, triste também Vi que hoje era o dia da mãe.
Minha mãe partiu há já uns bons anos Eu já era homem, com filhos pequenos E casado também.
Recordei então a mulher esguia Calada e tristonha pela vida dura que sozinha levava e sentia O seu nome era lindo: Ele era Maria. Lembrei sua voz suave e macia E daqueles conselhos que para mim dizia. Recordo ainda daquela tarde em que na cozinha com um golpe fatal Feriu com gravidade um dedo da mão E acabou parando em um hospital E o dedo ficou inutilizado para sempre. Lembro-me ainda dela sentada nas escadas de granito Costurando, Em surdina cantando Para se sentir viva Também na solidão.
Um dia ,porém Eu parti também Para além do mar. Ela me abraçou, ficou a chorar, Deu-me um rosário para eu rezar por mim e por ela. Já antes também o meu pai partira E jamais voltou e todos nós ficamos com grande saudade. Tinha eu 17 anos! Mas que linda idade! Lembrei-me também Que como eu agora, passava os domingos sozinha ,esperando Por quem não voltava e não voltaria.
Gemendo e chorando partiu para o Céu.
Olhei para o alto fazendo uma prece Daquelas que alguém jamais se esquece.
Lembrei-me também de alguém que é mãe E foi passar o domingo, além, E que quando parte me deixa saudade e sozinho E lembrando-a sempre na minha cidade. Corri ao telefone para lhe entregar Um beijo saudoso e ardente também Porque hoje é seu dia porque ela é mãe. Se ouviu ou gostou, só sei que dela, Como em tudo também me lembrei Porque é linda e mãe e eu gosto dela.
Então, para a Igreja me encaminhei.
Na rua, algazarra e som musical Punhos ao alto, fechados, com grade rancor Pois era um dia grande: o dia anual do trabalhador.
Desfilava gente que duro trabalha Desfilava outra que nunca fez nada desfilavam outros só para ser vistos E outros ainda levavam escritos E panos com pinturas chamando proscritos A todo o Governo.
Na Igreja o padre falou-nos de amor Daquele que ensinou o Cristo Senhor. Mas o meu amor por ela á muito diferente. É daquele que perde a alma da gente É daquele amor que como os vulcões É fogo explodindo em grandes paixões Que arrasa a alma que nunca se acalma, Só vive pedindo amor mais e mais, E chorando ,ama e ama chorando e sofrendo, ri e sofre cantando.
E lembrei-me dela, cheio de saudade Que me deixou só na grande cidade Que me deixou triste nesta solidão E se negou andar sozinha comigo com a mão na mão Neste barulhento domingo da parte da tarde Pelas ruas tristes da nossa cidade
Autor Autor D.Sousa Mais textos Rss do autor Estatísticas Enviar PM Texto Data 01/01/1970 00:00:00 Leituras 9 Favoritos 0 Licença Enviar Imprimir Criar um pdf
Fonte: http://www.luso-poemas.net/modules/ne ... ryid=275452#ixzz3HFb9xHvl Do meu livro UM CANTO ALUZIA 2
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