Tabacum

Data 01/11/2014 03:24:12 | Tópico: Poemas

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O poeta fumava,
veja a graça -
para fazer poemas
de fumaça.

A segunda tragédia anunciada
é que só tenho um cigarro.
A primeira tragédia
nem me lembro mais.

Talvez a falta de cigarro
e ausência do poema defumado
nem sejam a segunda tragédia.
Nem a última.

O poeta gosta de poemas
de fumaça
porque os versos imitam
nuvens para o poeta se deitar

Pairando sobre os problemas
o poeta decide
se vive
ou morre
se pára de fumar.
Se lá de cima
do céu do verso,
escreve sobre nadar
no ar,
que é como voar,
mas sem respirar,
sem suspirar,
sem fumar.

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