À Cabeceira d'um Condenado II

Data 06/11/2014 00:50:29 | Tópico: Sonetos

E aqui estou! Ele não sabe como morrer!
Que ânsia desmedida, agonia perturbante,
dor tamanha que multiplica no sofrer,
a hora de morrer que é constante ...

Quão desejosos estão seus olhos de partir,
quão aflita sua Alma de morrer,
que ânsia, que desejo de correr,
e que medo de falar a Deus para pedir!

Solidão sem rosto e sem olhar,
sem casa, ternura ou alento
que lhe traga outro mar ...

Corpo frio em leito quente,
arrependido como o vento,
é chama acesa, dor ardente ...


Ricardo Louro
na Parede
na Linha de Cascais


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