Pequeno Diário Sagrado

Data 07/11/2014 13:59:53 | Tópico: Poemas

Na exuberância da manhã eu me devoto à janela,
aos carros desfilando na avenida,
aos edifícios vestidos de amarelo sol,
à louça do café me afagando os lábios,
à rotina sem pudor que me exige o corpo.
Pela tarde, o halo das horas em carrossel
sobre a exaustão da minha cabeça,
a sonolência doce que me impede os passos,
o silêncio de catedral na casa vazia,
breve sedação de amor
- uma vaga lembrança do que ainda não fiz.

À noite eu me visto de enfermeira
para realizar fantasias,
as minhas e as da minha família.



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