[só existe um mar o dos teus olhos à deriva pelo cais]

Data 08/11/2014 02:55:51 | Tópico: Poemas

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; só existe um mar o dos teus olhos à deriva pelo cais
e caem as pétalas pelo outono dos homens

excedendo o ato da noite tão intensa
destecida vezes sem conta
pela respiração
pelo suor liso e brilhante.

Os deuses invadem-nos pelas procelas de marés altas

onde até os gritos de pavor próximos das ondas gigantes
adamastores

são pequenos murmúrios suspirados
. atravessas as filas de navios ancorados
baloiçando como puros sangue

hão-de pousar as aves e os poemas tão próximos
num primeiro dia conhecido
que se une à nossas praias desertas
eternas
sem sombra por perto

pudesse o instante ficar suspenso invocando ausências ou ondas do mar dançando sem música.

Extinguiram-se memórias ainda frescas vivas
pelo sítio das ilhas iluminadas
pelo sítio das mimosas

navegações indistintas aprumadas pela proa
o céu exausto nada de novo nos trás
nem as nuvens lisas um dia colhidas

refúgios dirás.

As paredes feitas promontórios
palavra a palavra
criam fronteiras ao relento
e voos inclinados

abraça-me a sul de ti
sejas tu apenas
apenas tu em mim
sim.
I

. e ninguém chegou
tantos que partiram pelo alvor deixando ruínas
cada vez mais imponentes

presentes

foi este o arco-íris em silêncio meu.




(Ricardo Pocinho)






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