Passarela subjetiva

Data 12/11/2014 18:37:27 | Tópico: Poemas

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A cidade pulsa como um rio,
a cidade pulsa no rio da cidade,
no subterrâneo,
na veia da cidade,
no pulso.
A minha voz,
a minha voz pulsa
no pulso da cidade,
fêmea efêmera.
O eixão passa por cima,
os carros,
a cigarra,
o cigarro em minhas mãos
e o eco na passarela
subterrânea.
Os grafites das pessoas
que querem dizer algo à cidade.
Eu digo em eco
Agora ora ora ora ora ora
Agora é hora de dizer
o que eu quero fazer
da vida ida ida ida ida ida
A vida ávida em meus gânglios.
A vida fluída em meus gânglios,
os grafites da cidade
são o açoite,
são o açoite dessa terra
de dedos
das pessoas com tintas nas mãos
mostrando nos muros da cidade
a verdade,
a verdade única do ser:
a subjetividade.

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