Haja ao menos a memoria consentida da luz

Data 18/11/2014 19:54:51 | Tópico: Poemas









“ Disse-me o Guia então, que cavalgara
O dorso do animal fero e possante:
“Sê forte, a tudo o ânimo prepara!
“Se desce em tal escada de ora avante;
Sobe-te ao colo; ao meio irei sentado:
Que não te ofenda a cauda penetrante.”

A Divina Comédia – Inferno – canto xvii











Pútrido viver, de ímpio proceder, impiedade com nada se nivela,
teus pensamentos contristados são maus conselheiros da tua ira.
Queres me ver destruído, combalido ser, vergando ante a procela,
consternado, sem misericórdia, asfixiado, sem perdão na mentira.

Jamais saberei se essa luz provém do fogo ou de melindrada lava,
que lanças ressentida como a mal iluminar torpe escada imaginária,
perspectivas no negrume oprimido por tua insensatez que agrava;
pesaroso, resta descer os degraus, distinguido deles como pária.

Não me deixas desvencilhar do curso vil da escada amaldiçoada,
sufocas-me com intenção, atado sou a muralhas de ódio e aversão;
espezinhar-me é único fim, contagiado escopo da vida amargurada.

Se neste reino escuro, memória houver de essência de luz interior,
irei superar todo o breu vertente buscando alvissaras num clarão
a grita do coração libertado vai emudecer as sons de choros de dor.






{eis pois, tudo isso era....


















................. vilania}








Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=282525