O poeta mudo

Data 28/09/2018 10:03:08 | Tópico: Poemas -> Dedicatória

Abres a luz do vento,
que por rios jamais correu,
na lua parado no tempo
como outrora foste profeta do teu.

Em estado permanente de melancolia contempladora,
a minha essência é tua vendedora,
contemplo então o porquê e o senão,
encho a alma de calão, que calo para o poder contemplar.

Contemplar o dom da interpretação
que me foi dado pelo anjo dos anjos,
pelo Deus dos mortais,
pelo mais mortal dos deuses,
o grande mestre poeta.
Poeta esse imita o tempo infinito.
Mas a geração é feita dum só mundano,
há um uno achado extinto,
o núcleo do ser lusitano,
é Camões por puro instinto...

Carnal, mortal, plebeu,
pois outrora o mestre escreveu:
"o meu sangue enquanto rio
na interpretação magistral
da tua primeira ópera :
- filho !"


Dedicatória ao meu pai, Luiz Sommerville Júnior

É na palavra de Deus que está a verdade da alma. Mas é na perfeição da tua que me abriste os olhos do coração.



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