A meio mastro

Data 19/11/2014 16:17:16 | Tópico: Poemas

Tremulam as mãos já desconsoladas,
Brancas bandeiras, raízes aéreas
Que lançam ao vento, desarticuladas,
Palavras de vida em nuvens funéreas.

Na vã trajetória o poema de amor
Em sua cegueira tateia o vazio;
Carícia de espinho, injúria de flor,
A sinestesia do meu desvario.

Quem dera compor-te o alheamento,
Canção de ser nada, de nada sentir;
Fazer do silêncio o meu argumento,

Ode ao reverso do teu existir.
Quem dera ter as asas quebradas
E a meio mastro as mãos hasteadas.



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