APENAS PARA AS PESSOAS INVISÍVEIS

Data 22/11/2014 14:37:23 | Tópico: Poemas

forma e conteúdo
esvaziam-se.
nada é tudo.

a sala faminta reclama
novos conceitos,
nada satisfaz:
nem o sol obsceno,
nem a lua sem sinfonia.

alguém febril passa
assustado, deixando cair
vinho e poesia.

mas ninguém quer
a embriaguez das metáforas e
as palavras fazem apenas
sexo explícito.
considere isto.

o contexto é sem tessitura
porque as linhas não amarram
mais pipas.
tudo solidifica o ar.

observo com estima
e apreensão a nova ordem,
evitando filosofias
e sentidos, insistindo
enquanto arrasto
minhas pequenas mortes.

quando paro
(se é que consigo)
enfio a faca
no mais profundo de mim
todo santo dia
sem sentir dor
e vou sangrando poesia
para pessoas invisíveis.


karla bardanza






Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=282794