
APENAS PARA AS PESSOAS INVISÍVEIS
Data 22/11/2014 14:37:23 | Tópico: Poemas
| forma e conteúdo esvaziam-se. nada é tudo.
a sala faminta reclama novos conceitos, nada satisfaz: nem o sol obsceno, nem a lua sem sinfonia.
alguém febril passa assustado, deixando cair vinho e poesia.
mas ninguém quer a embriaguez das metáforas e as palavras fazem apenas sexo explícito. considere isto.
o contexto é sem tessitura porque as linhas não amarram mais pipas. tudo solidifica o ar.
observo com estima e apreensão a nova ordem, evitando filosofias e sentidos, insistindo enquanto arrasto minhas pequenas mortes.
quando paro (se é que consigo) enfio a faca no mais profundo de mim todo santo dia sem sentir dor e vou sangrando poesia para pessoas invisíveis.
karla bardanza
|
|