A sós com meu corpo

Data 23/11/2014 23:56:28 | Tópico: Poemas

Todos os ruídos
que me espreitam o sossego
são mensagens aflitas que
em teu nome me abordam,
para que eu beba de tua voz
no murmúrio dos ventos,
na canção sutil das madrugadas,
no ritmo dorido do meu querer
imóvel aos afagos frouxos
dos lençóis vazios...

Em cada instante abissal
onde eu existo, sonho-te.
Em cada lágrima fria
com que me banho, sinto-te o sal.
Em cada silêncio insano
que me retém, ouço teu existir.

Amo-te,
na tranquilidade do abandono
com que me acalentas
a nudez da sorte
e adormeço, consternada,
a sós com meu corpo impuro,

onde nunca estarás.



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