Empate técnico

Data 28/11/2014 00:11:12 | Tópico: Poemas


As fichas amontoadas miradas por armas engatilhadas
sobre a derrota dos naipes de um baralho sem sentido
que são válidos, mas não por este caminho.

me prender não vai resolver
a hierarquia de uma cidade fantasma
não vai me manter aprisionada a você

Posso ser acorrentada, esfaqueada,
esquartejada e jogada de um avião
não vou implorar por socorro nem pedir arrego em desespero

A voz de prisão de um louco tirano genocida não vai me comover
é tarde, tente entender
talvez os ratos disléxicos se amontoem sobre o cardápio
para me convencer
mas não me permitirei viver perto de você

As torres do tabuleiro foram eliminados
restam apenas poucas peças
mas tenha certeza que jogo melhor que você

Cansei de sorrir para me convencer de que os monstros
que estão em meu armário que gritam Ich Rieche Blut
ferindo meu tímpano são imaginários.

As vozes de meu quarto podem não partir
me perdoa mas meu orgulho não permite sucumbir,
não me deixarei desistir
você pode até querer me dar as chaves das algemas
mas não vou insistir

Nunca pedirei nada pra você, nem lhe darei continência,
sobre nenhuma advertência.

Posso ter me enganado, mas não mais
me importo de caminhar por gatos jogados aos cães de meu quarto




thess



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=283193