Rever-te

Data 02/12/2014 23:31:04 | Tópico: Textos -> Amor

A vida muda,e transforma-se. A nossa perspetiva daquilo que somos e que queremos para nós e para o nosso futuro muda com o passar dos anos e com a experiência que ganhamos. Conhecemos pessoas, algumas que passam e ficam. Outras que são momentâneas. Ou então aquelas que de uma forma estranha, fizeram parte da nossa vida, da nossa história mesmo sem que saibam o que o fizeram.
Existem memórias que ficam por mais que o tempo passe. Memórias essas que nos fazem sentir felizes, que relembram outros tempos e que nos transportam para pensamentos e ideias que apesar de agora se mostrarem completamente diferentes, na altura faziam pleno sentido. Tu és uma mistura de tontice, juventude, e embaraço. És uma mistura de mistério que ficou sempre por desvendar e de uma curiosidade que no fundo, se calhar, não tem mistério algum. Ou talvez tenha, aquele que criamos nas nossas cabeças quando olhamos para alguém e fazemos mil e uma perguntas a nós próprios sobre essa mesma pessoa com quem nunca trocámos uma palavra a não ser um cordial bom dia.
És uma memória de tempos bem passados em que me diverti, que me ri, que me senti como uma miúda a percorrer os corredores em busca de um encontro imediato antes de voltar ao trabalho. E para ser honesta, apesar de ter pensado em ti, nunca pensei que te voltaria a ver. Sorria, brincava sobre isso, mas longe de mim. Engraçado de tudo isto? As dezenas de páginas que escrevi sobre ti porque me inspiravas. E por isso, Rever-te foi como voltar a um passado onde as coisas ainda não faziam tanto sentido como fazem agora. Mas mesmo assim, consigo sorrir e ficar feliz de teres feito parte dessa pequena passagem da minha vida. Digo-te o porquê. Porque despoletou em mim uma das minhas grandes paixões, a escrita, a vontade incessante de escrever, de sentir aquilo que escrevia e de viver o momento mesmo sabendo que estavas perto mas tão longe. Obrigada por seres a pessoa especial que me inspirou naquela altura. Porque ao olhar para o passado e para o presente, e mesmo depois dos gaguejos, das chamadas mal atendidas, de eu ficar vermelha como um tomate, mesmo assim... ao olhar para ti, sinto-me feliz, apesar de mesmo muito embaraçada. Porque foste daqueles que passou pela minha vida sem saber, ou talvez a aperceberes-te que algumas pessoas à tua volta soubessem algo que não sabias e mesmo assim disfarçavas bem, que não era nada contigo. Deixaste uma marca de inspiração, de alegria, de intensa escrita que hoje em dia adoraria ter guardado em vez de deitar fora como fiz. Por isso digo que fiquei feliz de te encontrar de uma forma tão inesperada nos mesmos corredores que partilhávamos há alguns anos atrás. E quer se queria quer não, quando somos inspirados ainda para mais com o desconhecido, ficamos com ainda mais vontade de assim continuar....
Rever-te...



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