Não almeje aquilo que ignora

Data 05/12/2014 18:58:48 | Tópico: Sonetos







Cite o luto, ó Anjo da Morte, ao Ignóbil que já estremece,
de execrada masmorra vê liberto; o corpo do pó afastado.
Pouco menos que a superfície do ignoscente se conhece:
“ignoti nulla cupido”, nada variega a lida do Desventurado.

Lobriga o Poder outorgado, cinca de amaldiçoados revéis,
frígido o desprezo da Terra que deixou de auferir haverá;
ao arranjo da Morte vaga permanecerá, expondo arrieis,
bastada Vingança aos redores do mundo; aos outros quiçá.

Se lhe parecia ser igual a todos, parelho ao Ômega e Infinito,
mas o Anjo da Morte teve um esgar de transversa Bondade,
no derradeiro instante de operar, se deteve ante esse grito.

Supérstite insidioso, qua virtude é acoimar Vícios indizíveis,
para eles hão de anuir todos, qu'a Vida é fardo, veleidade,
cada qual deve partir agora, no brandir de espadas tangíveis.







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