É para mim o relembrar do amor o cheiro quando me alcanças o seio e escorres caudaloso por entre vales e montes do meu corpo em pleno gozo...
Quando avanças encapelado e transbordas em meu olhar teu mistério divagante desnuda-me por inteira no teu poder de atração ao vestir-me de espumas é sensual artesão...
em meu peito em desalinho é a esperança e a aurora estancando de minh’alma uma lágrima que chora...
e ao fechar as feridas em suave marulhar gota a gota com invisíveis mãos de curar...
é, ainda, um lírico poema quando teces no evolar da maresia veleiros de sonhos que levam os meus além-mar...
louvam-te a soberania Canopos e Antares, suspensos na luzente imensidão quando silenciosos espelham em tuas águas o suplício da solidão...
cale-se o burburinho ante o orquestrar das ondas que vêm se quebrar na areia, sem peia num concerto à exaltação que encerra mensagens de amor e de alegria desse Arauto da vida na Terra!