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    	Data 02/02/2008 13:53:11 | Tópico: Poemas -> Saudade
 
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  A inesperada voz, que soava leve em meu ouvido desgostoso Durante o último telefonema, me fez regressar,  Ainda que momentaneamente, Áquela não muito ulterior atmosfera de alegrias degustadas Indevidamente: por isso mesmo verdadeiramente etéreas, Eternamente fosforescentes.
 
  Lembrei-me do quão era bom o jocoso paradoxo da Espontaneidade de dividirmos o pão, não deixando de o Querermos reter, unicamente, em nossas mãos,  A estar envoltas na densa neblina da fome  Da veemente ambição inconseqüente de quem nada come.
 
  Lembrei-me dos viróticos déspotas esclarecidos do saber, Que, por meio de seu DNA masoquista e deletério, Ceifam os tenros jardins citológicos da linearmente ideológica Metamorfose, a qual se processa dentro do cérebro de cada projeto de homem e de mulher posteros: sim, falo, justamente, Daquela que nos pode semear o sentimento de infinita irmandade entre todas as pilastras da sociedade do augusto primata ser, Então, sincero. 
  Sim, lembrei, Lembrei-me do cíclico fluxo de vontades represadas  Pela eclusa da sensatez. Lembrei-me das amorosas venturas forjadas pelo magma Do anonimato da minha psiquê. Ah, sim, Como poderia esquecer  Das marés e marés primaveris de esperança em que tanto me Lancei.
  Sim, seguramente, ao falar-me, Sua voz descerrou-me na memória Aquela recentemtente fechada porta: Porta que me trouxe de volta A sensação da felicidade incauta. Sim, infelizmente eu vejo, Claramente perdida, agora.
 
  Contudo, a querela não fora de todo perdida. Sim, com efeito, consegui colher flores belas, magníficas. Dentre elas: sua amizade, Querida Negra Pérola,  Na concha da controversão, voluntariamente, jazida! Sim, falo de você mesmo, Pérola Negra, que mostra ás rosas de Judas o Beijo desabrido da opaca cintilância e aos sinceros corpos Primários os preciosos tesouros recônditos em seu arquipélago Quase impenetrável.
 
  JESSÉ BARBOS DE OLIVEIRA
 
 
 
 
 
 
 
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