Monumento ao Presente

Data 12/12/2014 12:45:09 | Tópico: Poemas

E agora a conduta da luz nessa oficina de viver,
à prova de filtro;
como uma gota de mercúrio, esnobe.
Agora o contraveneno em lugar das chuvas;
todo corpo imbuído da frágil condição de esboço.
Sim, uma vez admoestados os antros da moral,
agora a confecção do nada;
o desabar ruidoso do essencial e do fútil.
Nos quatro cantos do hoje uma bandeira fincada,
trêmulos e ocos os argumentos das coisas.
Agora reformar-se,
sombra e marfim;
labor e pedra;
famintos e matemáticos.
Para o surgir dinâmico de quaisquer inquietudes,
um espelho instalado na memória.
Para a miopia das palavras,
janelas imensas abertas à arte de ser profundo e breve.
Para instantes complexos,
certezas acerca de si.
E agora a carne fraca;
quente a vida;
o sossego do objetivo distante;
o amor tranquilo,
diluído em água potável.


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