Ignorábimos - Lizaldo Vieira

Data 21/12/2014 12:04:33 | Tópico: Poemas

Ignorabimos - Lizaldo Vieira.
Todo me desatina
Maltrata e desanima
Compromete e ignora
A autoestima de um beócio
Desenganado na estrada errante
Sinais lastimáveis de nossa insana Ignorância
Sabedoria em demasia
Ou irresponsabilidade
Pra tantos
Uma festa
Para outros
Sobra de agonia
Toda hora
Muitos os dias
Nuvens escuras
Anunciam o mal tempo
Carregado de maldades
Não são anúncio de boas chuvas
Ao contrario
Prenunciam tempestade de fumaça
Fogo na mata
Me faz ficar siri na lata
Perguntamos á paisagem fúnebre
Quem seria responsável por crime de tal mente
Com a vista e mente tontas
Arvores retorcidas e bichos mortos
Ficamos com o calado por resposta
Nas naquelas parágens
Tudo é sacanagem
Só cana com fogo amuado tem vez
Pasto de gado bem gordo
Quem abastecem ao mercado do tio insano
Porque ter mata verdejante
Rios e ciliares não são importante
Se a fome de riqueza e poder
Tocam a bolsa dos valores
Por isso
Não mais ficar entusiasmado
Com certos projetos tidos bem intencionados
Carregados com palavrar de efeitos
Do tipo
Pelo desenvolvimento sustentável
Por uma economia solidaria e equilibrada
parece festa de carnaval
Só para turista estrangeiro ver.
Tudo por um bife suculento que o exterior não abre mão.
Enquanto nos outros
Cá pelas léguas tiranas dos quinhentos anos de exploração
Nos damos por conformados
Com o milho soja transgênicos por aqui semeados
O veneno
O pesticida e agrotóxicos que por aqui matam nossa biodiversidade
Irmãs siames de insensibilidade ambiental
E caus social
Semeados e criminosamente implantados
Nas terras de ninguém
Se o que convém
È estar bem com o mercado
E com o colonizador
Tá certo doutor de meia tigela.
No final das contas
Tá tudo certo
Temos bastante massa de manobra
Objeto em voga
Na moda....


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=284623