Luzes brilhantes flutuando nos becos celestiais

Data 22/12/2014 08:58:25 | Tópico: Crónicas



Através da porta sombria, aldravas de prata contrastavam com o sóbrio display de leeds, rigorosamente limpo e polido com esmero. Os dias frios, mesmo ainda no quartel do outono faziam a respiração exalar vapores, como neblina intocada diminuindo a correnteza do riacho, volumoso desde o degelo dos picos nevados pelo despertar da primavera em Praga. Liderando a paisagem, impassível na imobilidade, o cume ainda nevado espocava flashes em direção aos céus, iluminando as faces dos guerreiros do imperador Qin.
Velejavam zunindo ao longo de rotas oblíquas, bandos de tristes nuvens flutuando pelos becos celestiais . Silenciosamente nos reuníamos à aves circundando os flocos de algodão, observando no vale e nas encostas a inclinação dos pinheiros cravados nas rochas a ecoar sons distantes.
Forço a memória, tentando buscar a recordação da emoção das libélulas diante da chuva iminente. Aqueles cintilantes minutos de pérolas rolando pelos despenhadeiros, em vigília constante, acompanhadas por gaivotas vorazes evitando desmaios e tentando fugir pelas lacunas do rochedo. Depois de tanto glamour, o espírito se aquietou. Sombrio cedeu ao toque frio da mão dormente. No decorrer daquele dias, foi crescente a onda de desânimo para regozijo das estátuas de terracota em Xian.






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