Um dia

Data 04/01/2015 10:07:00 | Tópico: Textos -> Outros

Um dia

Acordei alegre e como sempre bem disposta, depois dos arranjos matinais onde o duche tem uma importância estratégica e encorajadora, vesti um roupão japonês de origem, que me ofereceu uma tia e madrinha, é lindíssimo e mesmo descalça fui arranjar o meu almocinho da manhã. Arranjei o tabuleiro com o meu café e torradinhas mais uns poucos complementos, manteiga, queijo, doce e levei-o para a salinha, sentei-me no sofá onde uma mesa enfeitada de flores, que me recebem sempre com o seu sorriso colorido e aroma suave, pousei–o. Pego no comando e ligo a televisão. Estão no intervalo, que é somente publicidade a tudo e de tudo, minutos a testar a nossa paciência e clico para outro canal. Ali uma entrevista onde todos ralham e ninguém tem razão, como diz o proverbio, apago-a. Que saturação. Entretanto acabo a refeição e apronto-me para sair mas não sem antes passar pelo piano e dar uns acordes alegres, gosto de flirtar com ele, deixa-me bem disposta. Deixo tudo nos seus lugares por que sei como saio, mas não como entro. Conselho que aprendi com a minha Mãe e nunca me esqueci, de tão bem avisado. Já está frio mas venho quente, trago um cache-nez bem giro que fiz ao serão, enquanto oiço música de grandes compositores, ontem estive a recordar o coro dos Hebreus, de Verdi, é lindo e já o tinha cantado num coro, muito bem ensaiado por um maestro amigo que infelizmente já desapareceu. Meti-me no carro e fui à Baixa. Tive de o deixar um pouco longe que o estacionamento ali é muito difícil e complicado. Fiquei espantada com o movimento. A vida tão dura mas quase não se podia andar. Aquele sítio está completamente diferente com lojas novas e reabertas depois de duma grande crise instalada no País, que ainda estamos sofrendo, mas com muita gente compradora, montras bem bonitas e de luxo cheias de novidades, pois o Natal está a aproximar-se. Sorrisos simpáticos. Muita alegria no ar e também muitos turistas que eu vi encantados. Fiquei surpreendida deveras, de ver um pouco de fôlego naquelas algibeiras, ainda bem. Natal feliz para todos, desejei no meu íntimo. Regressei a pensar se os bolsos do meu casaco não estão rotos e não me sobram uns euros?! Olha, amiga, se não podes comprar, paciência! Nesse dia darás um beijinho e desejas a todos um dia feliz com Jesus no coração e haja saúde.
Helena




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