Por sonhos, por amores, por nada

Data 21/01/2015 17:07:57 | Tópico: Poemas

Quando atravesso o meu deserto
Enchem-se, como fontes, os meus olhos
De lágrimas que me acerbam o coração
Pois o meu peito é terra de assolação
Nada mais sai, nem de longe nem de perto
Nem a pena se transforma em arrojos
Pois sempre escreve o que quero
E se afasta de mim num desespero
A chama que em mim, é criadora
De sonhos de rosas, jasmins
Dálias, margaridas e amores perfeitos
Em que transbordo de cheiros
E me arremedo de meios termos e enfins
De coisas grandiosas como amores
Exilados pensamentos, dissabores
De coisas esquecidas, malqueridas!
Terra de assolação, terra queimada
Onde nenhuma frase foi plantada
Cresceu, floriu e foi regada
Por sonhos, por amores, por nada
Tudo o que restou o vento o levou
Para que ao mundo fosse levada
E que se entendesse a palavra
Que um poeta algum dia, escrevera!



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