
IDOLATRANDO CAVEIRAS -
Data 24/01/2015 05:07:36 | Tópico: Poemas
| Aqui na terra eu mais nada vejo, nem vivo, Mesmo que renascesse na minha escrita, A cópia de algum morto! E nem aqui no céu, ainda que tão altivo, Recompondo-me desta sina não maldita, Proponho-me conforto!
Digas tu, ó morto poeta! A que tanto fulge Neste lacrimoso de ti, o meu reencontrar, Apegado a tua inspiração! Digamos nós êmulos amigos, a que estruge; E nos fios de fantoches e pantomima a criar, Venerarmos tal emoção!
E seria uma desonra tamanha é tão certo, Que do peito apagasse de sobremaneira; O teu ler sem estar sumindo! Tragas tu, esse abantesma pra mais perto, Para que eu possa da tua poesia herdeira, Resgatá-la da cova abrindo!
E tenho-te em minhas missivas tão crente, Quais me abrigam d’um forte destino cruel, Destes horrores humanos, Que repasso nos papéis da minha mente, Suprindo-o do lírico ao amargor do meu fel, Crucificado nos enganos!
De nós, que se façam as lanças mensageiras, Para perfurar discórdias entre os devoradores, Vazá-las em sangue execrável, Doutrinando-os a idolatrarem nossas caveiras, Onde a poesia..., é o alimento dos adoradores, Saída do sepulcro admirável!
Assim, a morte é linda mesmo fria, faz sentido! Pois, o par a quem reges já lhe espera sudário, E foi um poeta que te levou; Pois, a vida não é mais esse espaço refletido, Transformou-se num livro de asas - imaginário, Que tua essência sobrevoou!
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