Neste mundo sondado a teu jeito,
Cresce entulho celestial
Juncado no vazio da tua visão,
Progresso sujo, desmedido e suspeito.

Por tua culpa, o mundo se inquieta
Com dilúvios, desgelo, cheias e mortes.
Tudo, por teus atos imperfeitos
-Deus assim quis!
Dizes tu isentado das tuas imperfeições
Que sufocam a natureza.

Por tua culpa desmedida,
Água se divorcia do leito,
Desemparada engole tua e minha casa,
-é a vontade do Deus Divino!
Outra vez, dizes tu
Passivo aos inertes corpos
Que se vão numa viagem sem regresso,
Às searas pra última ceifa,
Tudo por culpa da tua curta visão.

Por tua culpa,
A vala no firmamento se alarga
Pra caber tua e minha campa.