
LOCOMOTIVA
Data 30/01/2015 14:39:23 | Tópico: Sonetos
| LOCOMOTIVA
Um trem distante apita na noite alta. Súbito me recorda, simplesmente, Alguém, algum lugar ou algo à mente, Que apenas d’eu pensar me sobressalta.
Fez ver à minha volta a minha falta, Enquanto madrugava inconsequente. Pois, a máquina bruta e semovente Como cinema por meus olhos salta:
Afinal, o que mesmo me motiva A essa altura da vida? Que promessas Têm força face a noites vãs como essas?
Não sei... Ainda assim, locomotiva Seja minh’alma ao afã só d’avançar; Atravessando sertão, neblina e luar.
Betim - 10 01 2015
Após uma noite insone, madrugada já, ouvi o apito de um trem. Súbito, passei a imaginar a máquina a atravessar a distância, neblinando ao redor dela, e, solitariamente, correndo seu caminho.
Creio que o cerne do soneto seja essa imagem e as motivações que a mesma suscita.
É isso.
|
|