
Eu te vi
Data 31/01/2015 20:56:23 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| Deparava com a tristeza de não ter nada para fazer, Quando em mim caiu-me uma realidade Após ver a mãe a queixar de dores e de cansado E constatar que o tempo estava a trabalhar no seu meio. Vi a realidade que é envelhecer.
Fiquei angustiado com o que vira E o que vai acontecer no futuro O Tempo é mestre do ser…
E constatei com o Eu O que me vai acontecer E a realidade que nele habito Deixo-me ainda mais triste, mais angustiado, mais consciente Do tecido que é o Tempo.
E lembrei que teria de aproveitar todos os momentos Com alguma coisa, com alguém, com algo, Para provar ao filho da mãe do compasso Que estive cá, vivi, constatei-te mas venci algumas batalhas… … porque a guerra é toda tua…
E senti o que a porra da autoconsciência te faz O que tenho de momento? Nada… foi o que ouvi… Nada recebemos, nada damos, nada… Ecoou… nada… Mas foda-se porque? Porque o sofrimento que me causou só por ter visto o teu tecido? Porque? Porque… De novo eco… Quebrado com um som, uma frase… “Meu filho, não te confessas nem ao padre da paroquia, O que tens?” Por dentro, saí-me lágrimas, Que não aguentava mais estar calado.
E eu, nada… nada me manifestei, Porque soube naquele momento Que ela sabia o que estava a pensar… Comoveu-me…
Ela alevantou e saiu… Passado um bocado por mim com os olhos mareados E aperceber que tenho pouco mais que uns anos com ela Porque aquele cabrão que é o tempo, Já sabe que o topei…
Suspirei, alevantei, fui jantar com os meus velhos… Meus queridos velhos… E convivi…
Só espero que o malvado demore mais um tempo Antes de os reclamar para si. Só mais um tempo…
Dê lhes um forte abraço Diz-lhes o quanto os ama É tudo que ele nos vai deixar dizer enquanto nós mesmo Tecemos no seu tecido…
|
|