
Pequena Carta a um Amor tão Grande
Data 03/02/2015 16:20:39 | Tópico: Prosas Poéticas
| Regados a lágrimas os meus olhos – sementes - amadureceram. Detenho-me, amigo, em ser branca e pobre; enquanto a sombra da juventude me passeia pelo corpo com a pressa de todos os ventos. Tenho dedicado um par de sorrisos às últimas horas da tarde, é quando tenho-te quase afável dentro da memória. Contudo, ainda tramo insurreições amorfas que poriam fim ao calendário, fugas frenéticas por sobre a planície d’água; imaginando-te rijo do outro lado da madrugada. No caminho de ir faço que volto, presos os meus pés muito antes do precipício - cálice vazio de onde transborda o medo. Depois do verde da última serra tenho exaustos os lábios por só dizerem de ti; cantam hinos às flores maculadas pelo frio, louvam rios que serpenteiam nus, debaixo do sol.
Tantas pedras em meu caminho e é no teu silêncio, amigo, onde eu sempre tropeço.
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