
De Angola guardo em mim
Data 04/02/2015 12:06:34 | Tópico: Poemas -> Introspecção
| Penso-me cidadão deste mundo Viajado por remotos lugares, Conheci de Angola, o mais profundo Das savanas aos belos palmares.
Do encanto dos seus rios, ficou a imagem, O pôr do sol colou em mim nostalgia, A flora e a fauna são uma miragem A terra vermelha não era utopia.
Tenho em minha memória, gravadas As areias finas e brancas das praias, As cores de acácias perfumadas E o gosto delicioso das papaias.
As cubatas de adobe, tipicas, Obras de arte singela de um povo Labirintos de ilusões misticas Contidas nos musseques num todo.
Embora fascinante este olhar Era a pobreza na sua condição, Cores vivas d’ áfrica em seu pulsar Vermelho de sangue do duro chão.
Recordo das mulheres o penteado Artístico eterno, inalterável, Aqueles cheiros p’lo ar perfumado De terra molhada, inolvidavel.
Ah…como era tão doce a melodia Do pregão das quitandeiras p’la rua, Quitandas à cabeça, em correria Calcorreando a cidade, vida crua.
Havia alegria, vivia-se cada dia, Uns com mais, outros com muito menos Tais diferenças em assimetria Das sociedades em que vivemos.
Mas dentro de mim, só quero guardar O que de bom Angola m’ofereceu, O azul eterno do seu lindo mar E as cores, os cheiros que Deus lhe deu.
José Carlos Moutinho 4/2/15
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