Dorme Solidão

Data 06/02/2015 05:04:16 | Tópico: Fados

Teus gestos são triste madrugada
teus beijos amargos, desleais
teus olhos são frios como punhais
e fazem-me cair no pó da estrada.

Agrestes sempre foram meus caminhos
de secas as roseiras não dão rosas
e as nossas bocas silenciosas
pássaros perdidos sem ninhos.

E que dor tão funda no meu peito
ilusão a dois que nos trespassa
juntos e tão sós, tudo desfeito,
dorme solidão que a vida passa.

Ricardo Maria Louro
no Chiado

(Repertório de Maria da Nazaré)




Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=287351