parábola da fuga

Data 06/02/2015 18:17:50 | Tópico: Poemas

não é expulsão definitiva
de si
ou ato de ingratidão
ou manhas de manhãs
bolorentas de brisa
ou inapetência de tardes
de cata-ventos em romaria...
tem dias que
os olhos trincam de tanto ver
e hibernam para mundos sem paredes
ou fotografias
que atraiam memórias.
afunilam-se para um esconderijo
desabitado de balburdias
onde o tempo repousa no negrume.
reside por lá um vento de cauda
curta que acomoda, amordaçando,
todas as jangadas que encalharam
nas pálpebras das quimeras,
praia emparedada de dunas
em silencio,
onde velas não se estufam
pra entoar um canto saudoso de mar.



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