ESCARCÉUS

Data 10/02/2015 10:28:56 | Tópico: Sonetos

ESCARCÉUS

Para quem sempre fez assim tão pouco
De flores e de poemas quanto da hora,
Nada te custa ouvir-me noite afora
Até acontecer d’eu ficar rouco.

Parado em teu portão passo por louco,
Porquanto não me deixas ir embora...
Não creio que te divirta ver-me agora
Ou que ames o dramático tampouco.

Contudo, estás aqui: espumando ódios!
‘Inda a ver e rever os episódios
Que advogas em justiça do que sentes.

Berra! Se isso te deixa algo melhor,
Mas não me faças mais pouco do amor
Com tanta raiva e dor, rangendo os dentes...

Betim - 09 02 2015
Que ninguém se assuste: isso não aconteceu. Estou apenas desabafando em face do que vivi. Não houve ocorrência policial ou manifesto ao síndico: essa imensa briga foi imaginada como somatório de inúmeras pequenas brigas. Creio ser uma forma de virar a página. Assim espero. Que bom que existe a Literatura para isso, não é?



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