IRONIA

Data 06/02/2008 13:58:27 | Tópico: Sonetos

Onde perdi a frívola ironia?
Na solidão de mim tão concentrada!
Na dolente palavra, na neblina;
No devaneio d’alma, espedaçada.

Rasga-me, então as presas mais ocultas!
Dos sonhos dispersados nestas lágrimas;
Dos mundos que pendi, em fartas brumas;
Dos abismos, penhascos, magmas cartas.

Frígidos óleos quentes por demais.
Fervi dentro do seio, tantos ais...
Nas dores destes sonhos, tão dolentes!

Assim, por tal espanto-peito aberto,
Nas almas, que desfilam meus desertos,
Na face que tranquei, morri demente!




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