ANDARILHOS

Data 13/02/2015 01:27:59 | Tópico: Sonetos

ANDARILHOS

Eu, que não sei aonde vou... Não sei.
Só sei que estou aqui e tão-somente
Atravesso à cidade, indiferente,
Sem já me importar por onde andei.

Só mais um tipo só, sem rei nem grei,
Que segue a sua vida em vão e em frente.
Passo despercebido em meio à gente
Costumada a andar sob obtusa lei.

Nós, multidões seguindo sós destinos,
Vivemos ignorando os desatinos
Sem objetividade ou objetivos;

Mas vamos todos por essa avenida
E, ainda que a cuidar da própria vida,
Talvez não estejamos sequer vivos.

Betim - 13 01 2015

Uma definição funcionalista da vida: somos seres andarilhos cuja existência se dá em movimento interrompido pela morte. Enquanto isso não acontece, trafegamos apressados pelas avenidas da cidade e da vida sem saber porquê.



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