
Um Rascunho
Data 13/02/2015 23:54:20 | Tópico: Poemas
| Vagueio pelas ruas pouco ou nada conhecidas, na grande cidade que mantém aquele movimento infernal e hipnotizante. Talvez não devesse e aqui estou, talvez por não saber o que iria encontrar, possivelmente agora acho-o ridículo mas não penso nisso. Sinto sempre pouco sobre arriscar, já não preciso acreditar, basta não sentir perigo iminente e arrisco, arrisco de forma a talvez encontrar o que me possa fazer voltar a fazê-lo. A busca interior é tanto ou mais importante que a própria realização. Pois se não há vontade nem motivo, como se encontra a realização. Sinto por vezes raspas de felicidade, que colho e me servem de alimento ao ser, agarro toda e qualquer oportunidade que me é exposta, nada assusta, apenas causa incerteza que é meramente temporária. Aproveito todos os momentos para olhar em volta, perceber cada sitio, cada detalhe, cada rua, e sempre que posso traço esboços de imaginação num papel à mão. E sejam objectos ou caras, noto agora os detalhes de tudo o que me fascina, sinto-me um pequeno curioso pelas expressividade quer das arquitecturas quer de pequenas rugas. Intrigam-me e fazem-me querer relembrar. Busco algo que é imperceptível à minha vista. E cada gesto alheio executado ao meu alcance é motivo de reflexão, de saudade, de angústia e alegria só pelo facto de o poder contemplar, por mais breve que seja o instante. E por momentos penso e escrevo.
"Estou cansado desta corrida Sem saber o que alcançar, Sem a vontade apetecida Para poder procurar. Tenho sempre saudade escondida Em qual esquina eu virar Segrega ainda da ferida, Aquela que deixas-te ficar, A dor da despedida Para me atormentar. Estou de cabeça perdida Já nem sei o que pensar É o medo que me invalida E ainda me vai matar E se por uma só hora concedida Eu pudesse optar, Daria o resto da vida Para te ver regressar, E nos meus braços contida Poder voltar a Amar"
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