O Cônsul

Data 19/02/2015 21:32:22 | Tópico: Poemas

consulado de cônsul sem consolo,
consolar não é crivar a natureza
nem desprezar homem do povo,
fugido da lavoura improdutiva
pra afugentar fome
na pátria longínqua da tua geração.

consolar é olhar para norte
e beber ventos do sul,
que trazem de bolanhas fedorentos de lodo
o perfume secular do lavrador.

consulado de cônsul sem consolo
que do lavrador
faz inimigo do progresso
com fortes barricadas
nas universidades de pesca lucro.

nas mãos rudes dos djilas
do caminho de cima
viaja machuco o lavrador faminto,
sem despedida
nem viagem marcada pra lixeira.

Adelino Gomes-nhaca
Bx: 11.12.1992


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=288211