Fragilidade

Data 07/02/2008 02:27:45 | Tópico: Poemas



























O poema cessa
a um pisão no pé,
cessa quando vencem
as dívidas e resta só
dúvida se há dor no poema.

O poema cessa
quando dói o corpo,
cessa na temperatura
da febre contínua
que desce os
secos dos lábios.

Ninguém grita
um verso doce
ao martelar seu dedo:

nessa hora só resta
dor, não há filosofia...

há quem diga palavrão,
quem solte um berro,
mas nessa hora o livro
contendo poemas não
é lembrado ou desejado –
transforma-se apenas
em carne, ossos e sangue.

Conosco morrem as idéias,
os gritos de guerra,
delicadas palavras –
nada resiste ao colapso
do corpo que faz poesia.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=28851