Marcha lenta

Data 26/02/2015 15:11:48 | Tópico: Poemas

Trago trincheiras nos dedos

E, os olhos rasos de água

Ao peito uma G3 de flores

Onde as balas se espalham

Na semente dos mortos que não matei



Apertam-me os gritos;

Os homens na sua marcha,

Os tambores, as saudades da minha terra

Renego a fome,

Os morteiros cruzados o choro desconhecido

O tordo que não regressa

E o comboio que parte para parte incerta




Tenho sede, tenho pressa,

Pressa que desconheço

Da grande solidão, ao pé da colina,

Do caule de luz em fuga



Conceição Bernardino



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=288582