
ANTIGUIDADES
Data 02/03/2015 04:31:44 | Tópico: Sonetos
| ANTIGUIDADES
Aqui e ali busco àquele que fui Em deixas a este que hoje me tornei. Não mais que escritos: Muito pouco, eu sei... Embora possa ver quanto a obra intui.
De mim para mim, algo se institui Como se patrimônio que me herdei Pela magnificência d’algum rei Cujo velho palácio, entanto, rui.
Relíquias ou memórias, guardo há anos Para me cotejar os desenganos, À medida que apenas envelheço.
Visto que -- nem mais hábil; nem mais sábio -- Pude me constatar lendo o alfarrábio Em cujas letras vãs me reconheço.
Betim - 12 01 2008
Sou do tempo em que "antiguidades" se escrevia com o finado trema. Ou seja, sou do século passado. Ao contrário do que se supõe, envelhecer não me fez mais hábil ou sábio com as palavras. Se escrevo é por teimosia, não sabedoria ou virtuosismo. Lamento se quem me lê procura em mim tais coisas, pois, não as tenho em minha já antiga obra...
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