Viela Sombria

Data 08/03/2015 17:31:21 | Tópico: Fados

Lisboa à beira do Tejo
dorme num sono profundo
numa viela sombria,
ilusão, talvez deserto
que o seu corpo num segundo
emudece a luz do dia.

Povo que chora faminto
canta o seu triste destino
ao som das velhas guitarras,
e é do fado que o pressinto
por isso aqui vos previno
são dele tantas amarras.

Mil dores, mil juramentos
à solta pela cidade
deixando loucuras a par,
ai do povo os seus lamentos
ai da vida sem piedade
navegando pelo mar.

Lisboa, menina e moça
la vai de xaile traçado
por uma viela sombria,
procurando alguém que a oiça
sobre o Tejo debruçado
em fado, noite e poesia...


Ricardo Maria Louro
Do repertório de Tiago Correia


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