Anonimato

Data 08/02/2008 02:24:04 | Tópico: Poemas

Quem me dera ser leve
como as árvores seculares
que se deixam quedar, resignadas,
e que vão formar no céu
uma floresta encantada
em cuja sombra
dormirão os anjos.
Quem me dera ter voz de operárias
enquanto o mel nasce à cabeceira
do inocente anonimato;
ser a dança magnífica
das libélulas nos bambus,
quando se amam,
leves como nuvens...
Quem me dera ser o odor marrom
das trilhas impecáveis das formigas
quando, apressadas, fogem da chuva fina;
ser o rastro níveo da última estrela
quando se vai, sonâmbula,
tecendo o novo dia;
ser a importância oculta,
a diferença sublime e anônima
que, em toda manhã,
põe um sorriso
no rosto de Deus.



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