Vertigem

Data 17/03/2015 01:22:10 | Tópico: Poemas

Sim, hei de amar-te com a aflição dos sôfregos,
meu coração liberto do declive das horas,
meus olhos mergulhados na tua vontade,
meus gemidos de ópio derramados
por sobre a laje fria da cidade.


E hei de ver-te as mãos em atonia,
a boca perplexa e o espírito rijo,
ruas arteriais em seu curso vermelho
sob a vertigem que emoldura a febre
dos nossos corpos no espelho.


Assim hei de seguir a procissão dos fracos,
meus sonhos inscritos nas tuas bandeiras,
minha carne exposta à tua impaciência,
o sal de nós dois incendiando a noite
no oitavo andar dessa consciência.



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