O ROUXINOL

Data 08/02/2008 12:23:10 | Tópico: Poemas

O ROUXINOL


O canto enternecedor daquele rouxinol,
Que lá da montanha ouvia-se o chilrear,
Soprava a brisa sob o manto do arrebol,
Numa casinha... um morador a escutar.

Na relva silenciosa fazia sua pousada,
Em noites lépidas, passava a cantar;
Seu canto álacre, chamando a amada,
Para a Natureza, com ela homenagear.

As flores embevecidas com seu canto,
Exalavam aromais ao pássaro ermitão,
Prazeroso era ouví-lo... que encanto!
Bendita ave! Dos céus é a sua criação!

Hoje, toda serrania veste-se em pranto.
Sua majestade, a filomela emudeceu,
Seu silêncio foi a sua voz em pranto,
Fêz chorar até quem não a conheceu.

Sentido com a morte do passeriforme,
O morador da casinha ali não quis ficar;
Uma sombria e ansiada vida deforme,
Faria a saudade daquele alado chegar.

Narrada sob à sombra de uma albina,
Que afirmam verdadeira para se contar,
Até fincaram no píncaro daquela colina
Uma cruz, para sempre a ave lembrar.

Rivadávia Leite



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=28977