Não posso adiar a palavra - poemas guineenses (Helder Proença)
Data 26/03/2015 23:15:46 | Tópico: Poemas -> Intervenção
| Quando te propus um amanhecer diferente a terra ainda fervia em lavas e os homens ainda eram bestas ferozes
Quando te propus a conquista do futuro vazias eram as mãos
negras como breu o silêncio da resposta
Quando te propus o acumular de forças o sangue nômade e igual coagulava em todos os cárceres em toda a terra e em todos os homens
Quando te propus um amanhecer diferente, amor a eternidade voraz das nossas dores era igual a «Deus Pai todo poderoso criador dos céus e da terra»
Quando te propus olhos secos, pés na terra, e convicção firme surdos eram os céus e a terra receptivos as balas e punhais as amaldiçoavam cada existência nossa
Quando te propus abraçar a história, amor tantas foram as esperanças comidas insondável a fé forjada no extenso breu de canto e morte
Foi assim que te propus no circuito de lágrimas e fogo, Povo meu o hastear eterno do nosso sangue para um amanhecer diferente! Helder Proença, poeta de Guiné-Bissau.
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