• • • (II)

Data 31/03/2015 06:17:32 | Tópico: Poemas

Poemas sem título passagens breves sangrando pouco a pouco por um milagre das rosas que sempre me habitou: “- São rosas, senhor, são rosas!” [vá-se lá saber a razão]
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fechei à chave [a sete onze vinte e sete infinitas chaves] o local das cousas

escurecendo esse amontoado de alucinações [malditas] algumas longas
loucas eternas
outras breves
escorregadias alimpas. Diz-me onde te inspiras?

respiro pelas cores perto de mim deslumbrado mesmo que anoiteça
à deriva entre arquipélagos e ilhas frente à popa de um barco
em destroços. Tira-me o mar de vez

interrompe o caos sucedâneo desmanchado
retido num corpo desgastado pelo sal em maresia constante
esquartejada
desconhecida
poiso a meio de um vale submerso sem acácias completas de universos.

diz-me em silêncio nos gestos incompreensíveis do vento forte
[mesmo que tal não me importe iluda embebeda] das palavras que são imagens

e imagens tempestades breves retilíneas encurvando o ar onde as
nereides se banham e tocam. Instantes fundem-se com a terra

mesmo aquela que se encontra afundada
afinal
nada é nosso
não pertencemos a um mundo onde apenas estamos de passagem.

longe
demasiadamente longe
rebentam cometas e sóis
procuras inexplicáveis
faz-se tarde enquanto faço um nó corrido sorrindo da mão que sangra.
Diz-me a que horas essa labareda é maior que ti mesma como num mar
em mim que desaparece?

Refúgio.


(Ricardo Pocinho)





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