
Agulha no palheiro
Data 02/04/2015 15:33:48 | Tópico: Poemas
| Acabaram-se as ideias feitas sobre o amor Os aromas vastos das flores misturam-se mal Suas cores temem os velhos sentidos
Termina hoje a liberdade geral do gosto Os paladares agonizam com terra nas bocas E o chapéu de um velho passa perto e assobia
As ideias da imaginação fincam pé na greve Associam-se à toa e logo se perdem tão vagas Como os tremoços e as cervejas à tarde
Há milhares de horas que já temem a pobreza Indigentes relógios marcham em direcção à oficina Onde mãos truncadas arremetem um pobre restauro
Tempo escrito e digital, ideias fiscais Matéria binária, reclamo formal Que fizestes vós das aparas da vida?
As marcas prosperam nas vitrinas frontais Suas madeixas refulgem nos olhos enganados Como um vício novo com suas promessas
E neste cortejo o meu amor por ti prospera Respirando palavras, recitando a brisa, entontecido Eu te encontro, de pé, na multidão em sangue.
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