Um deus não pode crer

Data 02/04/2015 15:55:13 | Tópico: Poemas

Quadrado frio, gosto austero do traço
Foi bem possível reduzir o júbilo a quatro segmentos
Mediante a força directa da abstracção

Estamos assim perante um arquitecto criador
Finalmente aliviado de seus cartapácios
Com um braço eterno para o deleite

Fez necessário uma máquina temporal
Um carrossel divino com deidades suspensas
Para seu profundo prazer, o geómetra do raio

Um Jove que cavalga, brinca, agita e fulmina
Amontoadas, as criaturas mínimas são-lhe alvas
Seu olhar sobranceiro não as individualiza

Dentro do grande quadrilátero, só o uso
De um mestre único e de sua eterna ficha
Que crê fortemente em suas linhas firmes

E então um novo deus destrona a sua posse



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