Unânimidade

Data 04/04/2015 21:16:08 | Tópico: Prosas Poéticas

Solta-se aqui

uma pétala de rosa

solitária

como se soltam nos ventos

sedosas brisas num tempo

onde compartilhamos

promessas

existências e fragrâncias

reflectidas na sonoridade

do horizonte que foge

em silêncios coesos

enrroscados a cada gentil perdão

que por ti cismado em

prantos se pressa

– Soltam-se além

nossas pulsações tranquilas

irradiando no dia

os alívios serenos

confundindo até a maresia

onde banhamos com amor

cada expressão feliz

num momento único de louvor

– Virão aqui

ler nos meus olhos

teus versos sorrateiramente

descritos e emocionados

onde a noite bordada de estrelas

se apressa a dormir

algemada ao luar vasto

engolindo cada encanto

que te oferto

cada eco suspirado

que a ti todo eu me apresso

quando quero

– Estarão mais além

cada certeza de minha

linguagem aguerrida

provando gomos de sinfonias

comovidas

transpondo universos alarmados

na beleza ensurdecedora

debruçada em cada madrugada

– Haverá tanta solidez arquitectada

em cada resto do dia

como se faz tanto amor

em cada brandura silenciada

na maciês dos teus beijos

que me deixam

às vezes

cismado, vagando remoto

procurando antídotos

pra não morrer mesmo ali

à beirinha do desgosto

– Andarei na ferocidade

do tempo até completar

esta vertiginosa aventura

que surra meu corpo

de ais inconstantes

de desamparos deleitados

ante tuas texturas empolgadas

pela mais fina espessura

onde o sal escalda e forja

a areia que nos cobre

e rega de poesia toda a longanimidade

onde jaz tua formosura

que reservas perfumada

em cada esquina onde mora

a euforia imersa em expressões

de deslumbramento e unânimidade

FC


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