Arranja-me um fio de prata dois silêncios e um sorriso e desaperta no peito dois botões p´ro paraíso E dá-me beijos na testa quando começar o dia Sorri-me longa a manhã no teu corpo devagar sendo horas de nascer, tu sabes o teu lugar De dia estamos distantes como quem não dá por isso mas pressentimos no corpo uma espécie de feitiço Responde à aposta restante anúncios confidenciais se não existires eu faço-te já esculpi outras que tais Que às vezes ao fim da tarde quando me vem cansaço vou atirar-me p´ro maple e encontro o teu regaço e tu dizes coisas feias andas zangada comigo e eu fico na plateia e nem sei bem o que digo E irritada tu me beijas resvalas, mordes, ondulas e eu que andava tão longe quando m´insultas e pulas Eu transformo-me da pedra em ondas, gaivotas, mar e eu que não estava ali tão perto reparo nas tuas pernas reparo na tua boca e passo de novo a estar Reparo na tua boca que eu nunca soube explicar e sinto incêndios nas veias e sinto incêndios no mar Vêm aí horas ternas são horas de mergulhar desculpa Mundo - já demos!... São horas de te esquecer são horas de enlouquecer - desculpa lá vou fechar...
Pedro Barroso (meu amigo do peito e companheiro de palavras)