memory

Data 13/04/2015 19:12:50 | Tópico: Poemas



vestiu a alma com a seda
do vestido adolescente
dando nomes para as flores da estampa

(lembrou de todas
brincando juntas no jardim
com balanços de sol
algumas eram mais íntimas;
as outras, atração
pra passarinhos)

abraçou-se com os braços suaves
de alguém que a amou
no baile debut.
mordeu os lábios com o gosto
da lapela que roubou o batom.
o corpo reconheceu o sopro
dos rodopios dos passos
escapando do vestido.

abriu as janelas para os cabelos
fugirem com a brisa
e acolheu outra fuga
entregando-a ao bosque
reflorescido nos seios.

(a tiara abandonada na relva
brilhava pra noite a queda da inocência).

bem fizeram as cortinas
para o brilho se apagar
- estardalhaços -
mas as luzes ainda incandesciam
por lá...
revelando as mãos abrindo-se em pausas
para aparar estrelas
expulsas do paraíso

(algumas que se explodiram
presenciando o primeiro beijo
deixando o céu estarrecido)

escrito com linguagem
em brasa,
sentiu nos lábios,
gravado, ainda o beijo,
para um tempo
inteiro o
decifrar...










Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=291218