“Planta uma Árvore, enterra o que escreveres à sombra Dela... e diz ao teu filho que nunca A deixe morrer – poucas palavras toleram bem a luz do sol.”

Data 23/04/2015 14:46:14 | Tópico: Poemas

Esta coisa das palavras, esta abrangência
entre folhas de lábios outonando
os signos percorrendo a escorrência
de um céu aos pedaços desmigrando.

Este vício de querê-las rés de livros
sob pena insurrecta de os saber
plantas plásticas infestando nus arquivos
retornando ao pó eterno o desviver.

Estes voos de asas curtas, dons inchantes
sem o tempo necessário pra lavrar
a terra, primeiro, depois estantes
feitas d'árvores que urgiu sacrificar,

não serão mais que livros sem os cernes
prometidos pelos sonhos a grolar
entre a seiva e a putridez das carnes:
ninhos verdes que não vão primaverar.



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